[:pb]A relação entre o vírus da hepatite C e diabetes: Melhoria na resistência à insulina após a erradicação do vírus da hepatite C[:es]La relación entre el virus de la hepatitis C y diabetes: Mejoría en la resistencia a la insulina después de la erradicación del virus de la hepatitis C[:]

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[:pb]No Brasil, estima-se que 7% da população, ou 14 milhões de pessoas, têm diabetes, e 0,7% da população, ou 1,4 milhões de pessoas, têm o vírus da hepatite C.

Pesquisas e estudos epidemiológicos demonstram que existe um “link epidemiológico” entre a hepatite C e o diabetes. Existe no mundo uma epidemia de obesidade e diabetes, os efeitos metabólicos associados a hepatite C e sua erradicação são importantes a serem considerados.

A infecção pela hepatite C está associada a uma maior prevalência de diabetes mellitus tipo 2 (DM2). Em 2000, Mehta e colaboradores (Mehta SH, Brancati FL, Sulkowski MS, et al. Prevalence of type 2 diabetes mellitus among persons with hepatitis C virus infection in the United States. Ann Intern Med 2000;133:592‐599.) usaram dados transversais da Pesquisa Nacional de Saúde e Nutrição de aproximadamente 10.000 pacientes de 1988 a 1994 e descobriram que adultos com 40 anos ou mais com infecção pela hepatite C tinham quase quatro vezes mais chances de ter diabetes concomitante que aqueles sem infecção com hepatite C.

Em um estudo de controle de seguimento de mais de 1.000 pacientes, Mehta e colaboradores  ( Mehta SH, Brancati FL, Strathdee SA, et al. Hepatitis C virus infection and incident type 2 diabetes. Hepatology 2003;38:50‐56.) demonstraram que em pacientes com fatores de risco para síndrome metabólica, a presença de infecção crônica por hepatite C aumentou o risco de desenvolvimento de diabetes tipo 2 em 11 vezes em um acompanhamento de 9 anos.

Múltiplos estudos menores em todo o mundo mostraram uma maior prevalência de diabetes tipo 2 em pacientes com infecção concomitante por hepatite C.

Na França, Grimbert e colaboradores ( Grimbert S, Valensi P, Levy‐Marchal C, et al. High prevalence of diabetes mellitus in patients with chronic hepatitis C. A case‐control study. Gastroenterol Clin Biol 1996;20:544‐548.)  investigaram 152 pacientes com hepatite C e 152 controles hospitalizados durante o mesmo período com o vírus da hepatite B (n = 51) ou doenças hepáticas induzidas pelo álcool (n = 101) pareados por idade, sexo e presença de cirrose, e descobriu que o diabetes tipo 2 estava presente em 24% dos pacientes com hepatite C e 9% no grupo controle.

Na Itália, Antonelli e colegas ( Antonelli A, Ferri C, Fallahi P, et al. Hepatitis C virus infection: evidence for an association with type 2 diabetes. Diabetes Care 2005;28:2548‐2550.) estudaram 564 pacientes não-cirróticos infectados pela hepatite C controlados com pacientes não infectados pelo vírus da hepatite B não-cirróticos, e demonstraram uma taxa de prevalência aumentada de diabetes tipo 2 de 12% versus 4,9% nos controles.

Esses estudos e muitos outros mostram uma associação epidemiológica entre a hepatite C e o diabetes tipo 2.

Mecanismos moleculares fornecem explicações para as quais a infecção pela hepatite C pode aumentar o risco de desenvolvimento de diabetes tipo 2 ou piorar o controle glicêmico em pacientes com diabetes tipo 2 estabelecido.

Estudos anteriores examinaram a melhoria da resistência à insulina após o tratamento da hepatite C. No estudo HALT-C (Hepatitis C Antiviral Long‐Term Treatment Against Cirrhosis) de 96 pacientes sem diagnóstico de diabetes tipo 2, a resistência à insulina melhorou 20 semanas após o tratamento bem-sucedido com terapias com interferon e ribavirina. ( Delgado‐Borrego A, Jordan SH, Negre B, et al. Reduction of insulin resistance with effective clearance of hepatitis C infection: results from the HALT‐C trial. Clin Gastroenterol Hepatol2010;8:458‐462.).

A cura da hepatite C também reduz o risco de desenvolvimento de glicemia em jejum. Simó e colaboradores ( Simó R, Lecube A, Genesca J, et al. Sustained virological response correlates with reduction in the incidence of glucose abnormalities in patients with chronic hepatitis C virus infection. Diabetes Care 2006;29:2462‐2466.) estudaram 234 pacientes com infecção crônica pela hepatite C após o tratamento. Durante um período médio de seguimento de 5,7 anos, 14,6% dos pacientes curados da hepatite C e 34,1% dos não respondedores apresentaram anormalidades glicêmicas.

Em pacientes sem diabetes tipo 2 antes do tratamento da hepatite C, o desenvolvimento de diabetes tipo 2 foi reduzido em dois terços após a cura da hepatite C em um estudo de Arase e colaboradores ( Arase Y, Suzuki F, Suzuki Y, et al. Sustained virological response reduces incidence of onset of type 2 diabetes in chronic hepatitis C. Hepatology 2009;49:739‐744.) de uma coorte de 2.842 pacientes tratados para hepatite C acompanhados por um período médio de 6,4 anos.

Recentemente, em um estudo de tratamento da hepatite C com os medicamentos de ação direta (livres de interferon) em pacientes com diabetes, a cura da hepatite C levou à melhora nas porcentagens de hemoglobina A1c (HbA1c) e no uso geral de insulina. Para pacientes com diabetes com uma média de HbA1c inicial maior de 7,2% antes do tratamento da hepatite C, houve quase uma melhora de 1% para a média de HbA1c no ano após o tratamento. No geral, os pacientes com diabetes também tiveram menos prescrições de insulina no ano após a cura da hepatite C. ( Hum J, Jou JH, Green PK, et al. Improvement in glycemic control of type 2 diabetes after successful treatment of hepatitis C virus. Diabetes Care 2017;40(9):1173‐1180.) Esses achados sugerem uma melhora no controle glicêmico após o tratamento bem-sucedido da hepatite C com os novos antivirais diretos.

Concluem os autores que em pacientes com hepatite C, há uma maior prevalência de diabetes tipo 2, o que provavelmente é uma consequência da alteração da sensibilidade à insulina pela própria partícula viral do vírus C e por citocinas inflamatórias. Múltiplos estudos mostraram agora uma melhora na resistência à insulina e diminuição no desenvolvimento de diabetes tipo 2 após a cura da hepatite C. Dada a alta taxa de resposta viral com medicamentos antivirais diretos, é importante considerar os benefícios extra-hepáticos do tratamento.

MEU COMENTÁRIO

É necessário e de fundamental importância que as recomendações de tratamento do diabetes passem a incluir a testagem da hepatite C em todas as pessoas com diabetes tipo 2.

Toda pessoa com diabetes deve realizar o teste da hepatite C e se positiva realizar imediatamente o tratamento, hoje em dia um tratamento simples e fácil com o qual em somente 12 semanas, tomando um o dos comprimidos ao dia, praticamente sem efeitos colaterais, até 98% resultam curados da hepatite C e estarão melhorando o diabetes

Fonte: The link between hepatitis C virus and diabetes mellitus: Improvement in insulin resistance after eradication of hepatitis C virus – Justine Hum M.D., Janice H. Jou M.D., M.H.S. – AASLD – American Association for the Study of Liver Diseases – CLINICAL LIVER DISEASE, VOL 11, NO 3, MARCH 2018

Carlos Varaldo
www.hepato.com
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O Grupo Otimismo é afiliado da AIGA – ALIANÇA INDEPENDENTE DOS GRUPOS DE APOIO[:es]En Brasil, estimase que 7% de la población, o 14 millones de personas, tienen diabetes, y 0,7% de la población, o 1,4 millones de personas, tienen el virus de la hepatitis C. Dependiendo del tamaño de la población de cada país los números son similares, al comparar de forma porcentual.

Investigaciones y estudios epidemiológicos demuestran que existe un “link epidemiológico” entre la hepatitis C y la diabetes. Existe en el mundo una epidemia de obesidad y diabetes, los efectos metabólicos asociados a la hepatitis C y su erradicación son importantes a ser considerados.

La infección por la hepatitis C está asociada a una mayor superioridad de diabetes mellitus tipo 2 (DM2). En 2000, Mehta y colaboradores (Mehta SH, Brancati FL, Sulkowski MS, et al. Prevalence of type 2 diabetes mellitus among persons with hepatitis C virus infection in the United States. Ann Intern Med 2000;133:592‐599.) usaron datos transversales de la Investigación Nacional de Salud y Nutrición de aproximadamente 10.000 pacientes de 1988 a 1994 y descubrieron que adultos con 40 años o más con infección por la hepatitis C tenían casi cuatro veces más chances de tener diabetes concomitante que aquéllos sin infección con hepatitis C.

En un estudio de control de seguimiento de más de 1.000 pacientes, Mehta y colaboradores ( Mehta SH, Brancati FL, Strathdee SA, et al. Hepatitis C virus infection and incident type 2 diabetes. Hepatology 2003;38:50‐56.) demostraron que, en pacientes con factores de riesgo para síndrome metabólico, la presencia de infección crónica por hepatitis C aumentó el riesgo de desarrollo de diabetes tipo 2 en 11 veces en un acompañamiento de 9 años.

Múltiples estudios menores en todo el mundo mostraron una mayor superioridad de diabetes tipo 2 en pacientes con infección concomitante por hepatitis C.

En Francia, Grimbert y colaboradores ( Grimbert S, Valensi P, Levy‐Marchal C, et al. High prevalence of diabetes mellitus in patients with chronic hepatitis C. A case‐control study. Gastroenterol Clin Biol 1996;20:544‐548.)  investigaron 152 pacientes con hepatitis C y 152 controles hospitalizados durante el mismo período con el virus de la hepatitis B (n = 51) o enfermedades hepáticas inducidas por el alcohol (n = 101) pareados por edad, sexo y presencia de cirrosis, y descubrió que la diabetes tipo 2 estaba presente en un 24% de los pacientes con hepatitis C y 9% en el grupo control.

En Italia, Antonelli y colegas ( Antonelli A, Ferri C, Fallahi P, et al. Hepatitis C virus infection: evidence for an association with type 2 diabetes. Diabetes Care 2005;28:2548‐2550.)  estudiaron 564 pacientes no cirróticos infectados por la hepatitis C controlados con pacientes no infectados por el virus de la hepatitis B no cirróticos, y demostraron una tasa de superioridad aumentada de diabetes tipo 2 del 12% versus 4,9% en los controles. Esos estudios y muchos otros muestran una asociación epidemiológica entre la hepatitis C y la diabetes tipo 2.

Mecanismos moleculares suministran explicaciones para las cuales la infección por la hepatitis C puede aumentar el riesgo de desarrollo de diabetes tipo 2 o empeorar el control glicémico en pacientes con diabetes tipo 2 establecido.

Estudios anteriores examinaron la mejoría de la resistencia a la insulina después del tratamiento de la hepatitis C. En el estudio HALT-C C (Hepatitis C Antiviral Long‐Term Treatment Against Cirrhosis) de 96 pacientes sin diagnóstico de diabetes tipo 2, la resistencia a la insulina mejoró 20 semanas después del tratamiento exitoso con terapias con interferón y ribavirina. ( Delgado‐Borrego A, Jordan SH, Negre B, et al. Reduction of insulin resistance with effective clearance of hepatitis C infection: results from the HALT‐C trial. Clin Gastroenterol Hepatol2010;8:458‐462.).

La cura de la hepatitis C también reduce el riesgo de desarrollo de glicemia en ayuna. Simó y colaboradores ( Simó R, Lecube A, Genesca J, et al. Sustained virological response correlates with reduction in the incidence of glucose abnormalities in patients with chronic hepatitis C virus infection. Diabetes Care 2006;29:2462‐2466.) estudiaron 234 pacientes con infección crónica por la hepatitis C después del tratamiento. Durante un período medio de seguimiento de 5,7 años, 14,6% de los pacientes curados de la hepatitis C y 34,1% de los no respondedores presentaron anormalidades glicémicas.

En pacientes sin diabetes tipo 2 antes del tratamiento de la hepatitis C, el desarrollo de diabetes tipo 2 fue reducido en dos tercios después de la cura de la hepatitis C en un estudio de Arase y colaboradores ( Arase Y, Suzuki F, Suzuki Y, et al. Sustained virological response reduces incidence of onset of type 2 diabetes in chronic hepatitis C. Hepatology 2009;49:739‐744.) de una cohorte de 2.842 pacientes tratados para hepatitis C seguidos por un período medio de 6,4 años.

Recientemente, en un estudio de tratamiento de la hepatitis C con los medicamentos de acción directa (libres de interferón) en pacientes con diabetes, la cura de la hepatitis C llevó a la mejora en los porcentajes de hemoglobina A1c (HbA1c) y en el uso general de insulina. Para pacientes con diabetes con una media de HbA1c inicial mayor del 7,2% antes del tratamiento de la hepatitis C, hubo casi una mejora del 1% para la media de HbA1c en el año después del tratamiento. En general, los pacientes con diabetes también tuvieron menos prescripciones de insulina en el año después de la cura de la hepatitis C. ( Hum J, Jou JH, Green PK, et al. Improvement in glycemic control of type 2 diabetes after successful treatment of hepatitis C virus. Diabetes Care 2017;40(9):1173‐1180.) Esos hallazgos sugieren una mejora en el control glicémico después del tratamiento exitoso de la hepatitis C con los nuevos antivirales directos.

Concluyen los autores que en pacientes con hepatitis C, hay una mayor superioridad de diabetes tipo 2, lo que probablemente es una consecuencia de la alteración de la sensibilidad a la insulina por la propia partícula vírica del virus C y por citocinas inflamatorias. Múltiples estudios mostraron ahora una mejora en la resistencia a la insulina y disminución en el desarrollo de diabetes tipo 2 después de la cura de la hepatitis C. Dada la alta tasa de respuesta sostenida con medicamentos antivirales directos, es importante considerar los beneficios extrahepáticos del tratamiento.

MI COMENTARIO

Es necesario y de fundamental importancia que las recomendaciones de tratamiento de la diabetes pasen a incluir la prueba diagnóstica de la hepatitis C en todas las personas con diabetes tipo 2.

Toda persona con diabetes debe realizar la prueba de la hepatitis C y se positiva realizar inmediatamente el tratamiento, hoy día un tratamiento simple y fácil con el cual en solamente 12 semana, tomando un o dos píldoras al día, prácticamente sin efectos secundarios, hasta 98% resultan curados de la hepatitis C y estarán mejorando la diabetes,

Fuente: The link between hepatitis C virus and diabetes mellitus: Improvement in insulin resistance after eradication of hepatitis C virus – Justine Hum M.D., Janice H. Jou M.D., M.H.S. – AASLD – American Association for the Study of Liver Diseases – CLINICAL LIVER DISEASE, VOL 11, NO 3, MARCH 2018

Carlos Varaldo
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